O cabelo que encolhe, o rímel que borra, foi
a notícia que chocou a todos nesse carnaval.
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Se há algo louvável com as redes sociais é o escracho
público. O rebote. A contrapartida. As outras opiniões da História.
Mídia, pessoas públicas, instituições fogem, mas tem de
encarar os questionamentos.
O Tiago Leifert seria, sem dúvida, mais feliz se fosse
apresentador décadas atrás, quando quem tinha TV era rico, e a Internet não
passava de um plano longínquo. Naquela época, do que você não gostasse era problema
seu.
Na transmissão desse carnaval, ele era só alegrias,
roubando falas e atropelando os colegas, isto porque não leu o que diziam dele no
Twitter. Nada pior do que o humor estrangulado, forçado. Não adiantou, geral
percebeu.
A Skol, grande felizarda do carnaval, com cifras e cifras a
amontoar-se nesta época, também foi limada pelos queridos internautas.
Publicitários, pra lá de criativos, fizeram a seguinte campanha
carnavalesca: “Esqueci o “não” em casa”. Não tardou para que milhares de
mulheres viessem a afirmar o óbvio: que não é não mesmo. Não interessa que é
carnaval, não existe caridade, você é feio, desinteressante e não é não mesmo,
amigo.
Em tempos idos, a escola Beija Flor de Nilópolis também
passaria batido. SQN.
O brilho e glamour apresentados na avenida não ofuscaram o
fato de a escola ter seu enredo patrocinado pela Guiné Equatorial. Não foi o
povo africano que decidiu a singela doação, mas Teodoro Obiang Nguema Mbasogo; ditador que dá as cartas por lá.
Teodoro é tão cheio de amigos e afetos que mesmo tendo
desembolsado 10 milhões para o desfile, não “quis” pisar na avenida, preferindo
refestelar-se no camarote ao lado de seus seguranças.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também foi lembrado. Com suas posições um tanto retrógradas, ganhou um bloco
animadíssimo no Facebook: “Rolê pra passar por cima do cadáver de Eduardo Cunha”.
Bem querido.
Angélica, vou de táxi, podia ficar bem na fita. De boa, comendo
um cachorro quente com o maridão na propaganda da Sadia. Mas aí descobre-se que
a dita é vegetariana, preza pela alimentação saudável. E os militantes tendem mesmo a reclamar dos princípios feitos com papel crepom. É o famoso pagando bem que mal tem.
Portais de notícias também são avisados de suas pautas
esdrúxulas.
Nos posts do UOL, feitos por redatores piadistas, sobre
BBBs e famosos que CAMINHAM na praia, a resposta vem a galope: “Lixossss” “Quem
é Amanda?” “Foda-se o paredão, e os que morrem sem auxílio nos hospitais?”.
Também não anda tendo muita credibilidade os jornais e revistas
que querem fazer crer o PT inaugurador de corrupções e fraudes no Brasil.
E há quem diga que o Catraca Livre, a cada dia que passa, anda
mais e mais semelhante ao Bem Estar.
Foi-se o tempo que os grandes não tinham feedback. A vida é
mais sincera nas redes.
Angelina Miranda é jornalista e escritora sem livros.
Ri alto, ama a natureza, é fã de fotografias, cachorros e botequins.
Dá uns pitacos pelo Feici e faz uns versos no Poesias Angelinas.
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