Bufando, logo veio a indignação:
- Eu não tenho preconceito, mas, porra,
precisa olhar desse jeito! – Bradou, possesso.
E assim seguiu durante boa parte do caminho, discursando
sobre gays que cobiçam à luz do dia.
Fazendo um traçado, fiquei pensando... A
mulher desde que nasce já está condicionada a passar por essas situações.
Quando estava lá com os meus onze anos, peitinhos crescendo, minha mãe já
tratava de me cobrir para não “chamar a atenção”. Era o jeito dela de me
proteger.
Se a situação não está fácil para eles, agora
vá para o outro lado do rio, se imagine com peitos e silhueta. A coisa
certamente piora.
Recentemente,
uma pesquisa feita com 7.762 mulheres apontou que 99,6% das entrevistadas já
foram assediadas sexualmente; 90% das mulheres disseram ter trocado de roupa
pensando no lugar onde iriam por receio de assédio; 82% foram agarradas na
balada e 68% declararam que foram xingadas após a recusa de uma cantada. As
informações são do site OLGA, jornalismo independente e feminismo.
E se o assédio dos homens para com as
mulheres se restringisse aos olhares, vá lá, e quando acontecem aquelas frases
infames ou quando, uns mais boçais, te mostram aquilo que você não pediu para
ver. É de dar pena. Que derrota da humanidade esses machos rasos.
Em linhas gerais, meu amigo se incomodou com
os olhares do rapaz, não porque seja homofóbico, mas porque se sentiu acuado.
Como as mulheres se sentem toda vez que são chamadas de ‘puta’ na rua e sequer agradecem ao homem que se dispôs a comê-las. Quanta ingratidão.
Fiquem com a tirinha da Thais Gualberto, do
blog kisuki:
Angelina Miranda é jornalista e escritora sem livros.
Ri alto, é fã de fotografia, cachorro, botecos e maus modos.
Dá uns pitacos pelo Feici e faz uns versos no Poesias Angelinas
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