Pondé, o novo seguidor do Datena. |
A bem da verdade, muitos dizem que é pseudo
intelectual. Mas não vamos nos atentar a esses pormenores.
Desde que Luiz Felipe Pondé deixou de ser um
insólito professor da PUC-SP, para se tornar um filósofo midiático, não paramos
de ouvir e ler glórias e maldições em seu nome.
Sua coluna na Folha tem destaque, seja por
apreço ou ódio dos leitores. Toda segunda-feira é certa a sua presença nas
rodas de conversa nas faculdades, nas redes sociais – pela defesa da direita e
seus dogmas (sem tortura, que fiquei claro).
Tornou-se o pai afável e carinhoso que põe no
colo os pobres órfãos dum Brasil sem ideais libertários, dos meninos de direita
do Mackenzie que são mortos e espancados toda semana por pensarem diferente.
Há tempos o que me intriga, mais do que as
conclusões simplistas do pernambucano, é o porquê de tanto ibope? Que contribuição
os Pondés da vida tem a nos dar?
Não se assombre, quem nos dá a resposta é
ele mesmo.
Percebam, quando um filósofo, cheio de dedos,
formado em Tel Aviv, resolve escrever o texto "Ser jovem e liberal é péssimo pra pegar mulher", enxergamos a olho nu que o interesse em debater
algo válido, ou minimamente de interesse público, cai por terra.
O importante é fazer rir.
Alguma fábrica de fogos deveria contratá-lo
como garoto propaganda, “Quanto mais barulho melhor”.
Parece que Pondé é o mais novo seguidor do
Datena. Tornou-se a criança chorosa, que ignorada, faz de tudo para chamar
atenção. Causar. E nós, como pais mimadores, batemos palmas a tudo. A
diferença, meus caros, é que ele ganha para isso.
No fim do mês, não importa quem leu mais
os textos, se foram os prós ou contras, o que importa é o número de pageviews
que você ajuda a contribuir quando compartilha a coluna do “porco”, “imundo” e
“fascista”.
Como tem sido difícil ouvir a canção que diz:
“O importante é que interessa...".
Mas não estou aqui a atacar pedras em ninguém.
É válido ler, entender, até mesmo para saber com quem estamos conversando, com
quem estamos lidando. Como é que pensa uma parcela do Brasil. Mas não confundam
as coisas. Não cobrem inteligência, propósitos e sensibilidade a quem nunca se
propôs a isso.
E não duvidem, daqui uns anos – quando a
ditadura comunista assolar esse país – leremos na ilustre coluna que a
volta da escravidão é imprescindível para o bem estar social e o progresso do
país.
Enquanto nós nos mordemos de raiva, tendo
ataques de pelanca no Facebook, Pondé está pensando em sua próxima coluna:
"Oras, talvez o Bolsonaro nem seja tão antipático assim..."
Angelina Miranda é jornalista e escritora sem livros.
Ri alto, é fã de fotografia, cachorro, botecos e maus modos.
Dá uns pitacos pelo Feici e faz uns versos no Poesias Angelinas
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